16 setembro 2012

Curiosidades da Música [ou não]



Bom, hoje estou um pouco musical, e aproveitando o “gancho” do meu trabalho de Realidades Socioeconômicas e Políticas Brasileiras (facul), quero falar para vocês um pouquinho de um estilo, que é muito diversificado e infelizmente, não é um tipo de música que as pessoas abrem o porta-malas do carro e deixam tocando no volume máximo aos finais de semana, um estilo que tem de tudo um pouco, um estilo envolvente e louvável que além de ter grande relevância como manifestação estética, tradutora da identidade cultural, apresenta-se como uma forma de preservação da memória coletiva e como um espaço social privilegiado para as leituras e interpretações do Brasil.

Bom, chega de “suspenses”, vou falar sobre MPB. O que é a MPB para você? Um simples estilo musical brasileiro? Será que é isso ou apenas isso? Bora saber mais afundo... XD
                      

A MPB tá aí com a gente desde 1966 e tem como instrumentos típicos: violão, atabaque, pandeiro e guitarra [isso não é uma regra]. ;D Surgiu com a segunda geração da Bossa Nova (gênero renovador na música brasileira surgido na segunda metade da década de 1950), e em uma das pesquisas feitas, li que a sigla MPB anunciou uma fusão de dois movimentos musicais: a Bossa Nova (defendendo a sofisticação musical), e o engajamento folclórico dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (defendendo a fidelidade á música de raiz brasileira). Houve aí uma mistura entre os dois grupos, e com o golpe de 1964, juntos tornaram-se uma frente cultural muito grande contra o regime militar, obtendo a sigla MPB em suas bandeiras de luta.

Não podemos confundir MPB com Música do Brasil (baião, frevo, forró...). Você vai entender no decorrer do post... XD

 A MPB começou com um perfil marcadamente nacionalista, mas foi mudando e incorporando elementos de procedências variadas, até pela pouca resistência, por parte dos músicos, em misturar gêneros musicais. Esta diversidade é até saudada e exaltada como uma das marcas deste gênero musical. Pela própria hibridez é difícil defini-la. :s

O que ainda posso dizer para vocês, é que a MPB começou a ter novas influencias, ou seja, começou a receber e misturar-se com outros ritmos (rock, soul e samba), hoje sendo mais conhecidos como samba-rock, tendo aí um de seus ícones Gilberto Gil. No final da década de 1990, a MPB misturou-se também com o reggae e o samba (música latina), dando assim origem ao que podemos chamar de Samba Reggae.

Voltando a origem da MPB, como já disse, ela “nasceu” a partir de um declínio da Bossa Nova, e uma canção que marca o fim da bossa nova e o início do que seria futuramente reconhecido como MPB é “Arrastão” de Vinicius de Moraes e Edu Lobo, a música foi defendida na época (1965) por ícones como Elis Regina no I Festival de Música Popular Brasileira (TV Excelsior, Guarujá-SP). E a partir daí começaram a surgir artistas novatos como Taiguara e Chico Buarque de Hollanda.

Outra informação importante é que a MPB “surgiu” na época da ditadura militar, consequentemente, de 1964 a 1968, o meio musical foi vigiado, porém, pouco admoestado pela ditadura. Os olhares estavam voltados a políticos e órgãos de imprensa. Os festivais de música nos anos 1960 trouxeram essa característica: juntar jovens compositores e cantores que tinham na música uma tomada de posição política. Na plateia, outros jovens, universitários e de classe média se posicionavam criticamente diante do júri, que fazia a classificação dos finalistas. É nesse sentido que em 1967, por exemplo, Roberto Carlos participa do III Festival da Record e não canta música da Jovem Guarda, mas de MPB. A música Maria, Carnaval e Cinzas, de Luiz Carlos Paraná, fala da mortalidade infantil e a desigualdade social.

Artistas como Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Chico César, Dorival Caymmi, Elba Ramalho, João Bosco, Lenine, Maria Rita, Milton Nascimento, Nando Reis, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Tim Maia, Vanessa da Matta, Wilson Simonal e Zeca Baleiro representam esse gênero musical.

Na década de 70, Chico Buarque passou a ser considerado inimigo número 1 do regime, seguido por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton, Gonzaguinha e Ivan Lins. Elis Regina passou a fazer parte da lista ao gravar o hino da anistia, a música “O bêbado e a equilibrista”.


Referências – Olhe esses sites se você quizer saber mais ;)


·         Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.




·         BARRADAS, F.C. Música Popular Brasileira e a Repressão no Período Militar. Acrópoles, Cidade, 2004, 21-23.


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